" Como vão aumentar os autocarros na 50 talvez até venha a beneficiar"
Os primeiros utentes a aflorar à paragem da carreira 85, no Poço do Bispo, chegam perto das 17.00 para apanhar o primeiro autocarro da tarde. Sob o calor abrasador de Agosto,os dois passageiros encaminham-se em gestos lentos para a entrada do autocarro que logo a seguir iniciará a sua marcha trepidante até à estação de Benfica.
Nas paragens seguintes, o número de passageiros avoluma-se e rapidamente se percebe que poucas são as pessoas que sabem que a carreira será extinta pela Carris, no próximo dia 9 de Setembro. Como alternativas, a transportadora fez saber que serão disponibilizadas as carreiras 50, entre a estação do Oriente e Algés ( que passará a ter o número 750) , 81 e 755, esta última a fazer o percurso entre o Poço do Bispo e Sete Rios.
A carreira 750, a única a que muitos passageiros vão ficar cingidos, vai ser reforçada com a introdução de mais autocarros. A notícia parece tranquilizar os utentes, ainda um pouco de pé atrás com a anunciada mudança.
"A 755 para mim não vai servir porque essa, em vez de vir pela Avenida Marechal Gomes da Costa vem por dentro de Chelas. E a 81, como não pára em todas as paragens, não é alternativa. Fico só com a 750, quando dantes tinha mais esta como opção. Mas como vão aumentar os autocarros nessa carreira, talvez até venha a beneficiar", explica Isabel Alves. Outro passageiro, Vítor Paiva, tem uma opinião discordante. " Esta carreira é mais confortável do que a 50, que vai sempre mais cheia. Não acho que façam estas mudanças para beneficiar os utentes. Nem informam as pessoas ou só o fazem quando já é muito em cima da hora", desabafa. Uma passageira que ouve a conversa, intervém de imediato, indignada: "A Carris só sabe é aumentar os preços, mas não sabe pôr transportes em condições para as pessoas".
Para o motorista, que não quis ser identificado, não há motivo para preocupações: "As pessoas estão receosas porque estão a saber agora das alternativas e causa-lhes alguma confusão. Mas em breve vão ser dadas mais informações. Penso que a reestruturação vai no geral ser muito positiva, melhor numas zonas do que noutras. Nesta carreira, por exemplo, só vai ser mais complicado para os que fazem o percurso entre o Calhariz e o Campo Grande".